terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

INFIDELIDADE!!!


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Vida e Saúde / Notícias

ImprimirRSS Enviar para amigoCorrigir17/03/2009 às 14:09:45 - Atualizado em 20/03/2009 às 00:35:57

Infidelidade no casamento e o papel do perdão

Uma das dores emocionais mais devastadoras é a de ter sido traído pelo cônjuge. Isto porque quando se casa por amor o vínculo afetivo formado ao longo do namoro, noivado e casamento é muito forte e o nível de confiança depositado no cônjuge passa a ser um dos mais profundos nas relações humanas. Quando ocorre a infidelidade, quebra-se muita coisa e o perdão se faz necessário em algum momento no futuro. Vamos pensar sobre isto.

Qualquer pessoa, religiosa ou não, está sujeita à paixões afetivas. Quando ela é religiosa, o compromisso de fidelidade é assumido não só para com o cônjuge, mas para com Deus também. Ocorrendo adultério, além da quebra da fidelidade com o companheiro(a), ocorre também a quebra do relacionamento com Deus. Claudia Bruscagin, psicoterapeuta familiar, com doutorado em Psicologia Clínica pela PUC-SP e professora no Curso de Especialização em Terapia Familiar e de Casal do Núcleo de Família e Comunidade da PUC-SP, diz, no livro "Religiosidade e Psicoterapia", Editora Roca, p.59 e 60, 2008: "No contexto religioso, a infidelidade parece denunciar uma falta de compromisso não somente com o casamento, mas também com Deus, com a religião e seus preceitos. Para o casal religioso, a reconstrução do relacionamento após um caso de infidelidade exige que não somente a dinâmica da relação seja revista, mas também a interação de cada um dos membros do casal com Deus, pois o perdão de Deus é tão importante quanto o perdão do cônjuge traído."

Cada cônjuge tem um papel quanto ao perdão ao ocorrer a infidelidade. O do traído é oferecer o perdão, o do traidor é buscá-lo. Claudia comenta: "Ambos devem avaliar seu relacionamento e restaurar a relação, mudando o que erraram e acima de tudo perdoando verdadeiramente." Mas o que é o perdão verdadeiro? Depende dos sentimentos? Depende de esquecer o fato?

É muito importante entender que o perdão cura a pessoa que perdoa. Viver ressentido é viver com a dor agarrada em você. A palavra "ressentimento" significa "re-sentir", ou seja, sentir de novo. O perdão interrompe sentir a dor contínua. Quando você perdoa, a dor vai embora e você se sente melhor, mesmo que o perdão não possa produzir o restabelecimento do relacionamento interrompido pela quebra da fidelidade e confiabilidade na vida do casal. Claudia cita M. Pereyra, doutor em Psicologia (Argentina), autor de um livro sobre o perdão: "A única forma de curar a dor que não se cura por si mesma é o perdão à pessoa que o magoou. O perdão cura a memória ao trabalhar a mudança de pensamentos. Aquele que vive remoendo sua dor pode ser mais prisioneiro que o agressor e, ao perdoar, liberta-se da prisão." (p.60)

Ainda citando Pereyra: "... perdoar não é passar por cima dos próprios sentimentos, ou simplesmente ‘dar a outra face'. É um processo longo e dolorido, pois é um ato voluntário de renúncia ao direito legítimo de estar ressentido, de julgar negativamente o ofensor ou agressor e demonstrar uma atitude de compaixão e generosidade para com ele, apesar de não merecer. Perdoar não é a negação dos sentimentos de mágoa, ira e rancor. É reconhecer os sentimentos e então escolher não agir por eles. Também significa que os maus sentimentos podem voltar e que talvez seja preciso perdoar mais de uma vez." (p.60,61)

Diz-se que quem perdoa, esquece. Na verdade, quem perdoa genuinamente, primeiro lembra, analisa, desabafa a dor, depois trabalha para esquecer por decisão consciente de fazer isto.

Perdoar não é desculpar o erro da pessoa. Claudia explica: "A desculpa ocorre quando há a compreensão de que a pessoa não é culpada pelo que fez." Você não desculpa no sentido de tirar a culpa, porque ela é real. Procura perdoar escolhendo fazer isto independente do sentimento porque "o perdão não é um sentimento, é uma escolha." Escolha de não cultivar a mágoa contra a pessoa que machucou você. (p.61)

Há ritmo e estágios diferentes para cada um viver o processo de perdoar. Se alguém der um sôco no seu rosto, produzirá uma marca visível na pele. Pode sangrar, fica roxo, inchado, etc. e a cura desta pancada demora um tempo, se você perdoou o agressor ou não. Algo parecido ocorre no processo de cura da dor da "pancada" da traição. Claudia fala de estágios para se alcançar o perdão: mágoa, rancor, cura e reconciliação. O primeiro passo é reconhecer os sentimentos e assumi-los. Ela afirma que na fase de reconciliação em casos de infidelidade (ou outros) é importante que o cônjuge que traiu, se quiser seguir na reconciliação: (1)Aceite sua responsabilidade pelo ocorrido; (2)expresse sincero pesar e arrependimento; (3)de alguma forma ofereça compensação conveniente; (4)prometa não repetir a conduta, e (5)peça perdão. (p.61)

Ela conclui: "Na reconciliação, quando possível, o ofendido convida a pessoa que o machucou de volta para sua vida. Se o outro vem honestamente, o amor pode atuar e juntos podem desenvolver um novo relacionamento. Esse estágio depende tanto da pessoa a ser perdoada quanto da que perdoa; às vezes a pessoa não volta e é preciso se curar sozinho." (p.61)

2 comentários:

  1. A perda através da morte é uma experiência extremamente difícil, mas como tem uma ligação direta com o conceito de destino, de algo que sabemos ser um desígnio que está acima de nós, buscamos, apesar do sofrimento, o caminho da aceitação.

    A perda através do abandono ou da rejeição mexe com algo essencial, que é nossa auto-estima. De algum modo, sempre buscamos encontrar uma justificativa em nós, como se não tivéssemos sido suficientemente bons, não tivéssemos suficientes qualidades para manter alguém ao nosso lado.

    Mudar esta crença exige de nós a consciência de que os processos internos que o outro vivencia fogem ao nosso controle. Liberdade e manutenção da individualidade são duas qualidades fundamentais para que um relacionamento dê certo. Se não houver um compromisso verdadeiro de ambas as partes para que isto aconteça, torna-se difícil estabelecer algo duradouro.

    Quando amamos alguém e perdemos essa pessoa, a dor cria em nós uma espécie de couraça defensiva, que muitas vezes dificulta a abertura para uma nova experiência, por mais que a desejemos.



    >> A saída é meditarmos permanentemente sobre o poder curativo do amor, ou seja, aquele velho ditado de que a dor de um amor se supera com um novo amor, é sim, muito verdadeiro.

    Mas para isso, é necessário que estejamos plenamente abertos para receber esse amor que a existência nos reserva. Se não nos permitirmos aceitar e valorizar cada manifestação amorosa que o mundo nos ofereça, estaremos perdendo a chance de um renascimento e do reencontro com a felicidade.

    A vida é mágica e os seres humanos, em sua multiplicidade, constituem uma de suas maiores riquezas. Quando estamos abertos e disponíveis para deixar que o novo, o inesperado, aconteça em nossa vida, o Universo sempre nos responde de forma inequívoca.

    Dar e receber são dois lados de uma mesma moeda. Quanto mais amor, empatia, afeição e generosidade doarmos ao mundo, mais receberemos em troca, amor e felicidade.

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  2. olha acabou o respeito naõ tem mais como continuar traisao é um ....veneno....mortifero;

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